Consertar ou implementar uma solução em um sistema complexo exige mais do que simplesmente identificar o problema e aplicar uma correção. Sistemas interdependentes, funcionalidades integradas e uma vasta gama de cenários de uso tornam o processo de implementação de mudanças uma tarefa que requer uma análise cuidadosa, testes detalhados e uma visão ampla sobre os impactos que essas mudanças podem causar.
Aqui procurarei abordar as características de uma solução bem-sucedida, e como aplicar uma correção de forma estratégica, sem comprometer a integridade do sistema, um guia simples para te ajudar nas ordens de serviço que aparecerão em sua vida de dev.
Entenda as características da solução
Antes de partir para a implementação, é essencial entender todos os aspectos da solução. Quais são as funções que essa solução executa? Que partes do sistema ela toca? Tudo em um sistema complexo está interligado, e qualquer mudança deve levar em consideração como isso afeta as demais partes.
Dica de especialista: Documente todas as funcionalidades associadas à área que você está alterando. Isso facilita o entendimento de como a correção vai impactar o todo.
Analise o propósito de cada componente
Cada funcionalidade no sistema tem um propósito. Antes de modificar ou remover qualquer parte, pergunte-se: por que esse componente foi incluído inicialmente? Às vezes, funcionalidades “antigas” que parecem irrelevantes ainda têm um papel crucial no funcionamento do sistema.
Uma dica sobre isto: Realize uma auditoria nos componentes que você planeja mexer, validando se eles ainda desempenham um papel importante no cenário atual do sistema.
Namore sua solução antes de implementá-la
Essa é uma metáfora que sugere que você deve passar um tempo considerável “convivendo” com a solução antes de aplicar. Imagine como ela será usada, quais os pontos positivos e negativos, e se pergunte se realmente é a melhor alternativa. Apesar do prazo apertado, a pressa em implementar uma correção pode ser sua maior inimiga.
Uma dica chave: Caso for necessário devido sérias dúvidas, realize brainstorming com sua equipe e avalie diversas alternativas antes de seguir adiante com a implementação.
Meça o trabalho envolvido
Implementar uma correção pode envolver mais trabalho do que o inicialmente esperado. Imagine-se aplicando a solução e meça o esforço, o tempo e os recursos necessários para completá-la. Isso ajudará a planejar melhor a execução e avisar seus gestores quanto a contratempos.
Uma boa dica sobre isso: Realize um levantamento de esforço, considerando tanto o desenvolvimento quanto a fase de testes e homologação.
Avalie o custo-benefício da solução
Toda correção tem suas consequências. Antes de aplicar, pergunte-se: o que você perderá ou ganhará com essa mudança? Será que a solução resolve um problema, mas cria outro? A análise de custo-benefício é fundamental para garantir que a correção traga mais benefícios do que complicações.
Muitas das vezes vai ter que vender esta idéia para o lider de time e gestores, a fim de receber a permissão de prosseguir com todos os ajustes envolvidos, muitas vezes o ganho de tempo para a equipe no futuro pode ser um grande aliado nesta venda.
Lembre-se: Use métricas e KPIs (indicadores-chave de desempenho) para quantificar o impacto da mudança no sistema como um todo, o uso de data-points é de grande valia – veja mais sobre isto aqui.
Impacto negativo de remover funcionalidades antigas
Atente-se, ao corrigir algo em um sistema – há sempre o risco de eliminar ou desestabilizar funcionalidades antigas. Pergunte-se então, como a remoção de uma funcionalidade pode impactar outras áreas do sistema? Será que é seguro? A remoção de código “antigo” deve ser feita com cautela, sempre avaliando o impacto em cascata.
Dica: Se possível crie cenários de rollback, onde, se algo der errado, você pode voltar à versão anterior do sistema sem grandes complicações, no caso se você usa o GitHub poderá realizar a postagem das correções em blocos evolutivos da base para o topo, enviando primeiro os ajustes globais essenciais e refatorações de códigos antigos, até chegar nas novidades da solução em si.
Avalie casos dependentes e impactados pela correção
Ao implementar uma correção, avalie todos os casos e funcionalidades que poderiam ser afetadas. Isso inclui tanto os módulos diretamente conectados à área de alteração quanto aqueles que dependem dela de maneira indireta.
Dica: Liste todos os cenários de uso, realizando uma análise de dependências que ajudará a identificar os locais onde a correção pode gerar um impacto negativo ou positivo.
Criação de testes: O essencial para a garantia da qualidade
Testes são fundamentais para garantir que o comportamento esperado do sistema seja mantido após a correção. Separe os casos que você identificou como críticos para testes específicos.
Caso não haja tempo para testes completos, foque na área que foi alterada, garantindo que o comportamento correto perpetue após a correção.
Dica de especialista: Automatize o máximo possível os testes. Testes manuais podem ser eficazes, mas automatizar torna o processo de validação muito mais eficiente, principalmente operações-chave que são chamadas em vários locais diferentes.
Implemente a solução: Enfim a hora da execução
Se, após toda a análise, você chegar à conclusão de que a implementação será bem-sucedida, prossiga com a correção. No entanto, tenha em mente que a implementação é apenas uma fase do processo, e ela deve ser monitorada com cuidado.
Teste novamente para garantir o sucesso da implementação
Depois de implementar a solução, é hora de refazer os testes. Teste todos os cenários que você separou anteriormente e garanta que o comportamento do sistema está conforme o esperado. Caso não haja falhas, a correção pode ser considerada um sucesso. Se surgirem erros, você estará preparado para corrigi-los de forma rápida, se seus commits foram bem explicativos, qualquer pessoa pode realizar ajustes em sua ausência.
Dica: Estabeleça um ciclo de revisões pós-implementação para garantir que o sistema se comporta adequadamente ao longo do tempo e em situações de alta carga ou uso contínuo.
Agora é contigo
Por fim, aplicar correções em sistemas complexos é um processo que vai além de ajustar um bug ou modificar uma função. Isso, claro, se você tem um compromisso com sua equipe e trabalha alinhado à melhoria contínua que tem como uma das finalidades melhorar a experiencia do desenvolvedor, portanto envolve entender profundamente o sistema, medir o impacto da mudança, realizar testes rigorosos e estar preparado para lidar com as consequências de qualquer alteração.
Seguindo os passos deste guia, você pode garantir que suas implementações sejam um pouco mais assertivas e que o sistema mantenha sua estabilidade e funcionalidade, lembrando que existem mais técnicas e conceitos que vão de encontro a esta temática.
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