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Sistemas de alta disponibilidade (High Availability) vs sistemas de tolerância a falhas (Fault Tolerance)

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Quando se trata de sistemas críticos, dois conceitos são frequentemente discutidos: Alta Disponibilidade (High Availability – HA) e Tolerância a Falhas (Fault Tolerance – FT). Embora ambos tenham como objetivo manter os sistemas operacionais mesmo diante de falhas, suas abordagens são bastante diferentes. Como resultado, os custos associados a essas estratégias também variam significativamente, sendo a Alta Disponibilidade geralmente mais econômica.

Alta Disponibilidade (HA) vs. Tolerância a Falhas (FT): Conceitos Básicos

  • Alta Disponibilidade (HA): Refere-se a sistemas projetados para minimizar o tempo de inatividade, garantindo que os serviços estejam disponíveis o maior tempo possível. Isso é feito por meio de arquiteturas redundantes e mecanismos de failover, onde, se uma parte do sistema falhar, outra assume seu lugar rapidamente, mas pode haver um pequeno tempo de interrupção durante a troca.
  • Tolerância a Falhas (FT): Aqui, o sistema é projetado para continuar funcionando imediatamente e sem interrupções, mesmo quando ocorrem falhas. Isso é conseguido duplicando componentes críticos, de forma que cada parte do sistema tenha uma cópia idêntica em execução simultaneamente. Se um componente falha, o sistema continua funcionando sem qualquer impacto perceptível.

Por Que Alta Disponibilidade Tem um Custo Menor?

  1. Redundância vs. Duplicação Total
    • HA: Sistemas de Alta Disponibilidade geralmente utilizam redundância por meio de failover, onde múltiplas instâncias do sistema estão disponíveis, mas apenas uma está ativa de cada vez. Se o sistema principal falhar, a instância de backup entra em operação. Esse tipo de configuração exige menos recursos em comparação com a duplicação total de um sistema.
    • FT: Na Tolerância a Falhas, cada componente crítico é totalmente duplicado e ambas as instâncias funcionam em paralelo, de modo que, se um falhar, o outro já está executando e assume instantaneamente. Isso significa que o dobro de recursos computacionais (CPU, memória, armazenamento) precisa estar ativo o tempo todo, aumentando consideravelmente os custos de infraestrutura.
  2. Custos de Hardware e Infraestrutura
    • HA: Como o failover só entra em ação quando ocorre uma falha, os recursos de backup podem estar em estado de espera, o que consome menos recursos e permite um uso mais eficiente do hardware. Por exemplo, em uma configuração de cluster de HA, os servidores de backup podem ser menos poderosos ou até mesmo compartilhados entre diferentes sistemas, reduzindo o custo de hardware.
    • FT: A tolerância a falhas exige a duplicação completa dos componentes, e ambos os sistemas precisam ser igualmente poderosos, já que estão rodando simultaneamente. Isso dobra o custo de hardware e infraestrutura, como servidores, racks, e até mesmo fontes de energia redundantes. Esses custos podem escalar rapidamente em sistemas complexos.
  3. Complexidade de Implementação
    • HA: A arquitetura de Alta Disponibilidade é mais simples de implementar em comparação à Tolerância a Falhas. O failover automático, com um breve período de inatividade, é aceitável em muitos cenários de negócios. A configuração de clusters e sistemas redundantes é bem suportada por várias plataformas e ferramentas de monitoramento, o que torna a manutenção e configuração menos custosa.
    • FT: Sistemas de Tolerância a Falhas são muito mais complexos, já que exigem a duplicação e sincronização exata de todos os componentes críticos. Isso demanda maior expertise, ferramentas mais avançadas e monitoramento constante para garantir que as cópias estejam sempre em sincronia. O custo de implementação e manutenção, tanto em termos de tempo quanto de mão de obra, é significativamente maior.
  4. Custos de Licenciamento
    • HA: Em sistemas de Alta Disponibilidade, muitas vezes os servidores de backup ou nós de failover estão em um estado passivo, o que pode reduzir os custos de licenciamento de software. Algumas soluções permitem que as licenças sejam aplicadas apenas no nó ativo, com custos reduzidos para os sistemas em espera.
    • FT: Em ambientes de Tolerância a Falhas, como todos os componentes estão ativos ao mesmo tempo, o custo de licenciamento é dobrado, já que cada instância ativa precisa de uma licença completa.
  5. Uso de Recursos e Eficiência
    • HA: Com sistemas de Alta Disponibilidade, os recursos só são utilizados plenamente durante falhas. Isso permite uma abordagem mais econômica, onde os servidores de backup podem até ser compartilhados entre diferentes sistemas, ou configurados para realizar outras tarefas até que sejam necessários.
    • FT: A Tolerância a Falhas, por outro lado, exige que todos os componentes operem em paralelo, o que significa que os recursos são utilizados continuamente, mesmo que não sejam necessários em condições normais. Isso se traduz em custos operacionais maiores, como energia, refrigeração e espaço físico.

Quando Optar por HA ou FT?

  • Alta Disponibilidade (HA) é ideal para a maioria dos sistemas de negócios que podem tolerar breves períodos de inatividade durante o failover. Esse modelo é amplamente usado em aplicações web, e-commerce e serviços que exigem alta resiliência, mas não necessariamente disponibilidade instantânea a todo momento.
  • Tolerância a Falhas (FT) é geralmente reservada para sistemas críticos em que a interrupção de serviço, mesmo que por segundos, é inaceitável. Exemplos incluem sistemas de controle em plantas de energia nuclear, aeronáutica, e equipamentos médicos, onde falhas podem ter consequências catastróficas.

Embora tanto a Alta Disponibilidade quanto a Tolerância a Falhas tenham como objetivo manter os sistemas em funcionamento, seus custos são substancialmente diferentes devido à maneira como essas arquiteturas são projetadas. Sistemas de Alta Disponibilidade oferecem um equilíbrio entre resiliência e custo, enquanto Sistemas de Tolerância a Falhas fornecem uma solução mais robusta, porém com custos muito maiores. Para a maioria dos negócios, a Alta Disponibilidade atende às necessidades sem o investimento significativo que a Tolerância a Falhas requer.

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Murilo Abreu
Contando com mais de 15 anos de experiência na área de produção de vídeos e na área de análise e desenvolvimento de sistemas, resolvi unir o melhor destes dois universos dentro deste site, que é onde a exatidão da lógica se encontra com a criatividade do audiovisual. Isto tudo me motiva a buscar pela mehoria contínua e excelência das atividades, sempre unindo a precisão técnica com a inovação visual.